Quando falamos sobre a mente dos animais, surgem uma série de discussões e dúvidas. A principal delas gira em volta da saúde emocional. Será que, semelhante aos humanos, eles também enfrentam questões psicológicas, como ansiedade e depressão? A resposta, segundo estudiosos, é sim! Mais do que estudos científicos, quem convive com pets diariamente percebe de perto suas alterações de humor.
Em entrevista à 'Istoé Pet', a médica-veterinária Cinthia Rosolem revelou que, mesmo percebendo mudanças no comportamento dos animais, é comum os tutores enxergarem essas atitudes apenas como 'manias' dos pets, o que pode atrasar o cuidado adequado. Por isso, a especialista aponta a necessidade de não somente reconhecer que eles também podem sentir raiva, estresse ou tristeza, como prestar atenção em suas emoções. Assim, será possível encontrar meios para garantir o bem-estar dos bichinho de estimação.
Como identificar essas questões emocionais?
De acordo com Rosolem, os pets dão diferentes sinais de como estão se sentindo. Por exemplo, um animal que passou a destruir objetos, latir com mais frequência e apresentar problemas de saúde após a redução do tempo do tutor em casa pode estar sofrendo de ansiedade.
Além disso, o desconforto emocional tende a se manifestar por meio de comportamentos repetitivos, como perseguir a própria cauda ou andar em círculos. “O cachorro que corre atrás do rabo pode estar lidando com um transtorno compulsivo ou até com uma falha de reconhecimento corporal. E quando essa atitude é reforçada – com riso, estímulo ou vídeo – pode evoluir para algo grave”, orientou.
Outras ações que demonstram o estado psicológico do pet incluem automutilação, tremores e hiperventilação. A médica explica ainda que perda de apetite, alterações no sono, diminuição de interações e apatia indicam um quadro de depressão.
Métodos para melhorar a saúde mental dos pets
Mas, após detectar esses indícios, o que deve ser feito? O primeiro passo é consultar um profissional, que também poderá cuidar de problemas físicos desencadeados pelos transtornos emocionais, como condições dermatológicas. Ademais, nesses momentos, é importante adaptar a rotina para reestabelecer o bem-estar.
Você pode começar tornando os pets mais ativos. Ou seja, aposte em passeios recorrentes e novos brinquedos para estimular a liberação de energia, a sociabilidade e o cérebro do animal. "Brincadeiras de quebra-cabeça ou escondendo petiscos; truques como 'senta' e 'deita'; trocar bolinhas, cordas ou pelúcias e não deixar todos à vontade para que eles não percam o interesse", sugere a veterinária Mariana Paraventi ao 'Portal EdiCase'.
De acordo com as especialistas, os tutores devem se atentar ainda à alimentação dos bichinhos e aos hábitos, preferindo por manter uma dieta equilibrada e definir horários para as atividades cotidianas. Dedicar um tempo para trocar afetos e fortalecer o vínculo com o pet também pode ajudar.
Elas enfatizam, no entanto, que é contraindicado deixar as necessidades de lado - como evitar sair de casa - por medo de o animal ficar estressado. Com essa atitude, há o risco de ambos desenvolveram questões psicológicos. Por isso, a sugestão é que os tutores cuidem de si, enquanto constroem um ambiente benéfico para toda a família.